Categoria: Bicicletas e Motos

Roubos de Bicicletas e Motos Continuam Crescendo na Capital Paulista

Uma estatística que continua crescendo assustadoramente na cidade. Somente de janeiro a setembro de 2019 foram mais de 1800 casos registrados de furtos de bicicletas.

Um aumento de mais de 50 pontos percentuais em relação ao mesmo período no ano de 2018. Para termos uma ideia da gravidade do problema, houve um aumento de mais de 150% entre 2010 e 2019.

Outro fato alarmante é que os casos em que assaltantes se apropriam do bem, à força ou sob ameaça, aumentaram muito, com mais de 490 casos.

A maior concentração está na capital paulista. No estado de São Paulo, como um todo, houve um aumento, mas a situação está estável desde 2016. Foram mais de 40 casos por dia, praticamente um a cada 30 minutos.

Com o crescimento do número de usuários que passaram a usar bicicletas como meio principal de transporte, a situação agravou-se ainda mais.

No ano de 2010 tínhamos mais de 58 km entre ciclovias e as ciclorrotas na capital e no ano de 2019 chegamos a um volume de mais de 500 quilômetros, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Outros dados nos informam que do ano de 2007 até o ano de 2017 a quantidade de ciclistas no trânsito aumentou mais de 20%, com mais de 370 mil viagens diárias, isto baseado em dados fornecidos pelo Metrô de SP.

A maioria dos B.O. (Boletins de Ocorrência) registrados nos aponta para forte concentração de furtos em áreas mais nobres da cidade, como no caso da Avenida Paulista e da Faria Lima (as mais movimentadas), além de força incidência no Parque Villa Lobos e no Parque do Povo, ambos na zona oeste.

Outro dado relevante é a elevação no número de ciclistas de classe alta que geralmente possuem bicicletas mais caras.

Esta é uma parcela mínima nas estatísticas de viagens já que a maioria destas é realizada por ciclistas de classe média ou baixa renda, mas o aumento foi fenomenal para aqueles que possuem renda acima de R$ 11 mil mensais, saindo de 4 mil para mais de 15 mil viagens realizadas por dia.

No que se refere às motocicletas, a crise é ainda maior que no caso de bicicletas.

A pior coisa que pode acontecer a um motociclista é retornar onde sua moto estava estacionada e descobrir o furto. Ainda mais grave quando é abordado por assaltantes armados e vir-se à pé em plena rua. As estatísticas comprovam que somente em 2018 mais de 35 mil motociclistas estiveram nesta situação deplorável dentro do estado de São Paulo. Considerando as ocorrências podemos dizer que os furtos e roubos são sistemáticos, tendo regiões específicas e horários em que mais ocorrem.

As ocorrências em 2018 – mais de 35700 boletins – nos mostram mais de 18500 casos de roubos com emprego de armas de fogo. No caso dos furtos – realizados sem a presença do proprietário – foram mais de 17100 casos.

A grande maioria dos roubos ocorrem durante à noite. Mais de 50% à noite e por volta de 18% são durante a madrugada. Isto mostra que, de cada cem motos roubadas, praticamente 70 são pela parte da noite. Um bom conselho seria evitar ao máximo em ruas e avenidas bem iluminadas e desviar-se, tanto quanto possível, das áreas de maior risco. Outro dado interessante é que as motos são mais visadas em furtos nas terças e quartas feiras, e os roubos geralmente são maiores nos finais de semana.

 

Roubos e furtos de bicicletas e motos não são fatos somente em São Paulo, existem dados que comprovam que os ciclistas londrinos sofrem ainda mais que nós, com mais de 20 furtos por ano na capital da Inglaterra, onde a quantidade de ciclistas é só o dobro da cidade de São Paulo.

No nosso caso, as entidades, clubes e associações de ciclistas afirma que o volume está muito subestimado, já que uma grande parcela não reporta a ocorrência.

Alguns casos foram observados em que bicicletas roubadas foram anunciadas abertamente em sites de vendas de produtos usados, na maioria dos casos com valores muito abaixo dos que são praticados legalmente. Esta é uma grande dica para quem está tentando comprar uma bike usada.

Como alerta geral para proprietários e usuários de bicicletas e motos, uma personalização do veículo é um dos caminhos de redução de riscos. Não há interesse para quem rouba ou furta ficar em mãos com uma bicicleta ou moto que é facilmente identificável no trânsito por pinturas especiais e únicas.